sexta-feira, 15 de junho de 2012

ANÁLISE CRÍTICA VIGOTSKY E WALLON

   Vygotsky tinha no seu trabalho o objetivo de buscar uma ligação entre a produção científica e o regime social recém-implantado em seu país.
   Estas ligações consistiam em duas áreas importantes que eram a psicologia como ciência natural e a psicologia como ciência mental.
   O seu trabalho tinha fortes raízes na teoria marxista, ou seja, que as mudanças históricas na sociedade e a vida material produzem mudanças na natureza humana.
   Vygotsky mostra em detalhes o cérebro como órgão material, é a base de nossa biologia que cuida do funcionamento psicológico, porem ele é um sistema que se adapta e é moldado ao longo de sua trajetória de espécime humana e de seu desenvolvimento individual.
   Ele propôs que o desenvolvimento não precede a socialização. Ao invés, as estruturas sociais e as relações sociais levam ao desenvolvimento das funções mentais.
Ele acreditava que a aprendizagem na criança podia ocorrer através do jogo, da brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um aprendiz e um aprendiz mais experiente.
   O processo que da nome a isso é mediação, é uma ligação entre duas estruturas, a social e outra construída através de instrumentos ou sinais.
   Além disso, Vygotsky via o desenvolvimento cognitivo como que dependendo mais da interação com pessoas e com os instrumentos do mundo da criança.
"... o desenvolvimento ontogenético do organismo, que se realiza num - processo de inter-relações com o meio, é, afinal, a realização das suas propriedades específicas... Razão porque... um estudo da interação do meio exterior e dos organismos que não leve em conta a própria natureza destes organismos, é uma abstração absolutamente ilegítima" (Leontiév, 1978, p . 159).
   Vygotsky entende que o desenvolvimento humano compreende dois níveis: o primeiro é o nível de desenvolvimento real, que compreende o conjunto de atividade que a criança consegue resolver sozinha. Esse nível é indicativo de ciclos de desenvolvimento já completos, isto é, refere-se às funções psicológicas que a criança já construiu até determinado momento.
   O segundo nível de desenvolvimento é o nível de desenvolvimento potencial: conjunto de atividades que a criança não consegue realizar sozinha, mas que, com a ajuda de alguém que lhe dê algumas orientações adequadas ela consegue resolver. Para Vygotsky, o nível de desenvolvimento potencial é muito mais indicativo do desenvolvimento da criança que o nível de desenvolvimento real, pois este último refere-se a ciclos de desenvolvimento já completos, é fato passado, enquanto o nível de desenvolvimento potencial indica o desenvolvimento prospectivamente, refere-se ao futuro da criança.
   Já na trajetória de Wallon rumo à educação, ele por um lado, viu o estudo da criança como um recurso para conhecer o psiquismo humano, por outro, interessou-se pela infância como problema concreto e é o que mostram seu interesse teórico por problemas da educação e sua participação no debate educacional de sua época. Ele considerava que entre a psicologia e a pedagogia deveria haver uma relação de contribuição recíproca e via que a pedagogia ofereceria campo de observação à psicologia, mas também questões para investigação e a psicologia, ao construir conhecimentos sobre o processo de desenvolvimento infantil, ofereceria um importante instrumento para o aprimoramento da prática pedagógica.
   A teoria de Wallon nos mostra que é muito o impacto da linguagem sobre o desenvolvimento do pensamento da criança, a criança deixa de reagir somente ao que se impõe a sua percepção. Mostra também que a linguagem oferece a representação mental o meio evocar objetos ausentes e de confronta-los entre si. Logo esses objetos e situações concretas passam a ter equivalentes imagens e símbolos podendo ser operados no plano mental de forma cada vez mais desvinculada da experiência pessoal e imediata.
   Com todas estas teorias de grandes pensadores fico pensando em como aplica-las em sala de aula, tenho o exemplo da escola na qual fui fazer a visita para a realização do seminário, ela a meu ver não adota nenhuma destas teorias e como mudar uma estrutura destas? Mas se cada professor ou apenas um começar adotar a teoria de Vygotsky (que a em minha opinião se encaixaria melhor em nossa sociedade) já começaria a fazer a diferença, pois se uma classe, uma matéria gera melhoras os olhos de outros professores estarão voltados para esta melhora, e também começaram esta mudança no seu sistema de ensino.
   O professor tem de executar uma tarefa fundamental na educação, mas vejo como o papel minoritário, e sim a família tem o papel principal, da participação e do acompanhamento na educação de seu filho, e juntos professor, família e escola teriam um ensino de muita qualidade.
   Só para terminar gostaria de citar um exemplo que me choca muito, mas é a realidade do nosso ensino, no meu trabalho tenho muitos funcionários na faixa de 18 a 20 anos recém-formados do ensino médio, em uma etapa do processo eles devem executar um calculo de subtração de cinco dígitos e é feito pela maioria na calculadora eu sempre incentivo a conta manual a caneta mais muitos não conseguem fazer, ou melhor, não sabem, alguns eu ensino, faço exatamente o papel de mediador mais outros se negam. Esta é a realidade do nosso sistema educacional, não precisa aprender para passar de ano.

FRANKLIN DANIEL BRAIANI
RA: 122549

Bibliografia:
PIAGET , VIGOTSKY E WALLON
TEORIAS PSCOGENÉTICAS EM DISCUSSÃO, 1992

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