Liriam Samejima Teixeira RA:103084
Análise Crítica: Perspectiva
histórico-cultural e as implicações educacionais
Minha
análise sobre a perspectiva histórico-cultural e as implicações educacionais será
baseada na questão da heterogeneidade em sala de aula.
A
diversidade deve ser vista pelo professor como fonte de enriquecimento da ação
pedagógica, todavia, saber lidar com tal situação é um desafio. Não é uma
tarefa fácil, pois o educador precisa lançar mão de estratégias especiais para
envolver a todos. Além disso, necessita do apoio da instituição de ensino,
sendo um trabalho conjunto. Esse último fator, talvez seja um dos maiores
obstáculos a ser driblado, uma vez que há acomodação dos métodos convencionais
e muitos preferem fugir do “novo” porque é menos trabalhoso. Contudo, parece
utópico dizer que as salas de aula são homogenias e que não há a necessidade de
atentar para novas metodologias, pois ao pensar na teoria Vygotskyana
entende-se que o desenvolvimento-aprendizado de cada aluno sofrera influência
do meio social. Assim, família, amigos, meios de comunicação, etc. moldam sua
cultura de forma que cada pessoa apresenta histórias de vida, concepções,
representações, afetos e expectativas diferentes. Logo, a heterogeneidade está
presente a partir dessa concepção também e não necessariamente de alunos
especiais ou com diferenças de idade, por exemplo. “Isso coloca, para o
educador, a necessidade de identificar, no âmbito do conhecimento acumulado,
aqueles elementos que precisam ser assimilados pelos sujeitos para que
desenvolvam, ao máximo, as aptidões e qualidades humanas criadas pelas gerações
precedentes. Ao mesmo tempo, cabe ao educador a tarefa de organizar os meios
para tornar a cultura assimilável pelas novas gerações (Saviani, 1991).” Daí
vem a importância do professor mediador, o qual
deve orientar o aluno de modo a conduzi-lo a desenvolver o raciocínio e
soluções de problemas que não consegue realizar sozinho. A partir dessa
idéia, nasce a concepção de Zona de Desenvolvimento Proximal, que esclarece a
distância entre o desenvolvimento real (aquele que torna o indivíduo capaz de
enfrentar situações aplicando seu conhecimento de maneira autônoma) e o
desenvolvimento potencial (aquele que o indivíduo possui, mas que encontra-se
em processo).
Para
Vygotsky e Wallon, o papel do mediador é essencial para o desenvolvimento
potencial e uma sala heterogenia contribui para uma melhor compreensão e
desenvolvimento da aprendizagem, devido às trocas de experiências. Essas trocas
podem ser exploradas em trabalhos feitos em dupla ou em grupos, como também por
meio do auxílio de monitores. Uma outra estratégia é a do professor selecionar
alunos que tenham um bom domínio de determinado conteúdo e orientá-los para que
auxiliem colegas com dificuldades. Entretanto, existem outras questões a serem
trabalhadas. Em salas com diferenças de idade, por exemplo, é comum a
indisciplina e o desinteresse em aprender devido ao acúmulo de fracassos
escolares ao longo dos anos ou até mesmo por cansaço físico por trabalhar e
ajudar financeiramente em casa. Tais alunos necessitam de uma motivação
extrínsica do professor, de modo que consiga despertar o interesse pelo
aprendizado. Sendo assim, cabe ao educador trabalhar com a afetividade e obter
uma relação competente, produtiva, em que exista confiança e liberdade, com
respeito entre as partes. Portanto, como citado no início da crítica, a ação
pedagógica não se faz sem parcerias, mas na construção conjunta de estratégias
e soluções. Lidar com a heterogeneidade em sala de aula requer trabalho, luta,
paciência e vontade.
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